Após denúncia de sindicato, MPMG apura agressões em curso de policiais penais

Após denúncia de sindicato, MPMG apura agressões em curso de policiais penais

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou nesta quinta-feira (27) que apura a denúncia feita pelo Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen) de que pelo menos 40 agentes sofreram agressões durante um curso para ingresso no Comando de Operações Especiais.

Para apurar a denúncia, foi instaurada uma Notícia de Fato pela 18ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, Apoio Comunitário e Fiscalização da Atividade Policial de Belo Horizonte.

Na quarta-feira (26), a Secretaria de Estado de Justiça de Segurança Pública (Sejusp) afirmou que também abriu uma investigação sobre o caso e que irá “verificar a veracidade das informações”.

As agressões

Imagens que circularam pelas redes sociais nesta semana mostram pessoas com hematomas e outros machucados pelo corpo. O diretor-executivo do Sindppen, Patrick Castro, afirma que o curso voltado apenas para profissionais de carreira teve início no último dia 3 de janeiro, mas acabou sendo interrompido na semana passada devido a um surto de Covid-19.

“É um curso para 40 vagas e passaram no processo seletivo 126 pessoas. Atualmente, no curso, estão 19. Esse curso é para o Comando de Operações Especiais do Sistema Prisional, que é análogo ao Bope da Polícia Militar. É um grupamento em que o policial já é de carreira e tenta galgar para esse grupamento especializado, que tem ações diferenciadas como deslocamento de presos de alta periculosidade, motim, rebelião, então ele age nessas ações”, explicou.

De acordo com Castro, além das denúncias de agressões por parte de de pessoas que ministrariam o curso, há ainda denúncias de participantes que estariam sendo desligados sem que o motivo fosse informado.

“Eles fizeram o processo, tiveram que comprar fardamento e um gasto aproximado de R$ 7 mil. No primeiro dia de curso foram desligados 40 alunos, sem qualquer motivo. Essa questão de agressão, nos punhos, nas nádegas, nas pernas dos participantes surgiu essa semana. Eles alegam que os machucados foram feitos com bambu. Eles eram acertados com bambu ou com corda”, disse o dirigente sindical.

O Sindppen informou ainda que está reunindo todas as vítimas para que elas façam exames de corpo de delito do Instituto Médico Legal de Belo Horizonte.

TAPA EM CURSO DA PM

Um outro caso de agressão, dessa vez durante um curso do Batalhão Rotam, da Polícia Militar, repercutiu no último fim de semana após uma gravação circular pelas redes sociais. O vídeo mostra um militar dando um “tapão“ na cara de um aluno do curso, que chega a desmaiar logo em seguida e é acudido por outros colegas.

Em coletiva de imprensa na última segunda-feira (24), a corporação informou que 10 policiais foram afastados das funções após o episódio e um inquérito policial foi aberto para apurar os fatos.

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