Dia Nacional do Diabetes: exercícios, dieta e alimentação saudável garantem qualidade de vida
O Brasil é o sexto país em incidência de diabetes no mundo e o primeiro na América Latina — são 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros.
O Dia Nacional do Diabetes, celebrado neste domingo (26), reforça a importância de hábitos saudáveis para evitar a doença. A aposentada Walquiria Lopes, de 64 anos, descobriu a doença depois de fazer um teste de rotina no escritório em que trabalhava. “O diabetes é uma doença silenciosa. Eu não tinha sede, pois eu já tomava água por causa de cálculos renais. Já não comia muito doce, mas comia muito carboidrato, e não sabia que este também podia causar a doença”, lembra Walquiria.
A aposentada diz que foi com a picadinha no dedo que teve o alerta. A confirmação da doença veio depois, com exames de sangue. Ela diz que aprendeu a conviver com o diabetes, controlando a doença de forma adequada. “Continuo não tendo sintoma nenhum, mas convivo com a doença fazendo exames periódicos, tomo a medicação e vou ao médico regularmente.”
Tipos
Existem quatro tipos de diabetes, explica o endocrinologista e presidente da Associação de Diabetes do ABC, Marcio Krakauer.
Tipo 1: A doença é autoimune, em que o corpo para de produzir insulina; os sintomas são excessivos, como fome, sede intensa, perda de peso, visão embaçada, infecções urinárias e genitais, dores no corpo. Basta repor a insulina para que o indivíduo fique bom rapidamente.
Tipo 2: A doença mistura predisposição genética e ganho de peso; surge de forma lenta e o diagnóstico normalmente é feito quando o paciente tem sintomas há cerca de cinco anos. É completamente assintomático ou pouco sintomático.
Pré-diabetes: condição bem inicial em que a glicose já não está normal. O diagnóstico é feito por exames de glicose na ponta do dedo, da hemoglobina glicada ou do exame de curva glicêmica. É preciso fazer tratamento para evitar complicações.
Diabetes gestacional: aparece por causa da gravidez, geralmente em mulheres obesas, que têm história de pais com diabetes tipo 2. Quando não é tratada, pode haver muitas complicações para mãe e para o bebê.
Conviver com a doença
Os riscos do diabetes são vários, mas há formas adequadas de controlar a doença. “Todos [os tipos de diabetes] precisam de mudança de estilo de vida: primeiro plano, alimentar-se de forma saudável, nutricionalmente adequada. Aqueles que estão acima do peso devem perder peso, os que estão abaixo do peso, ganhar ou manter o peso”, destaca o médico.
Ele acrescenta que é importante reduzir os carboidratos simples e dar preferência aos carboidratos integrais, ingerindo-os em pequena quantidade, e ter a alimentação fracionada ao longo do dia. O prato precisa ser composto de forma saudável: metade de legumes, verduras, saladas, um quarto de carboidratos integrais e um quarto de proteína, que pode ser vegetal ou animal.
Krakauer explica que, quando o diabetes está bem compensado, com parâmetros perto da normalidade, a chance de complicações crônicas é mínima. “Mas aqueles que estão [com o diabetes] mal controlado e por muito tempo, podem ter complicações nos olhos — a doença é a maior causa de cegueira no mundo –, no coração e doenças arteriais periféricas.”
Podem advir ainda problemas neurológicos, alerta o médico. “Chamamos de neuropatia do diabetes, que aumenta muito a chance de perder a sensibilidade nos pés. Esses indivíduos podem ter infecções e sofrer amputações, além de doença renal do diabetes que leva à hemodiálise ou ao transplante de rim. E várias outras questões, como gordura no fígado, doenças pulmonares, pior resposta às infecções, como, por exemplo, a covid-19.”
O médico explica que quem tem diabetes responde mal à doença porque a glicose alta diminui a imunidade às infecções. “Quando a doença está controlada e bem compensada por muito tempo, isso não ocorre”.
(*) Com Agência Brasil