EUA registram 9 mortes por câncer relacionado com próteses nos seios

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WASHINGTON — A FDA, agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, informou nesta terça­feira ter recebido, entre 2016 e o dia 1º de fevereiro deste ano, relatos de nove mortes e 359 casos de um raro tipo de câncer associado ao implante de próteses nos seios. Frente às evidências, a agência agora concorda com a Organização Mundial de Saúde, que já havia concluído que a doença está relacionada com os implantes.
Não se trata de um câncer de mama, mas de um linfoma anaplásico de células grandes, que afeta o sistema linfático. Nos casos relacionados com o implante, a doença se desenvolve nos seios, geralmente no tecido cicatrizado que se forma ao redor da prótese. Na maioria dos casos, ela tem tratamento. Segundo análise preliminar da agência, o problema parece estar mais relacionado com as próteses com textura. Dos 359 casos relatados, 231 incluíam informações sobre a superfície do implante: 203 eram texturizados e 28 lisos. O conteúdo parece não ter relação com a doença: 312 tinham essa informação, sendo que 186 eram de gel de silicone e 126 de solução salina. A doença geralmente é descoberta após o surgimento de sintomas, como nódulos, dor, acúmulo de líquidos e inchaço. A FDA diz ser impossível informar o número exato de casos da doença relacionados com a prótese, por causa dos relatos limitados de problemas e falta de informações globais sobre implantes. Porém, a agência ressalta que três mortes foram relatadas na Austrália. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, cerca de 290 mil mulheres passaram por cirurgias estéticas de aumento dos seios em 2016, e 109 mil receberam implantes reconstrutivos após a realização de mastectomias. DOENÇA É TRATADA COM REMOÇÃO DA PRÓTESE Em muitos casos, o linfoma é tratado apenas com a remoção do implantes e do tecido ao redor, mas algumas pacientes precisam de tratamentos mais pesados, com quimioterapia e radiação.
O cirurgião plástico Alex Wong, pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia, explica que a reação do corpo a próteses texturizadas é diferente das lisas, pois os tecidos crescem nas ranhuras microscópicas. Estudos com camundongos em laboratório mostram diferentes níveis de atividade genética nos tecidos em resposta às diferentes texturas. — Nós ainda estamos tentando entender por que a superfície importa — disse Wong, em entrevista ao “New York Times”, ressaltando que em alguns casos o câncer parece estar associado com infecções por bactérias. Apesar da relação do implante com a doença, a FDA informa que as mulheres que possuem próteses e nunca tiveram problemas não precisam removê­las. Além disso, o desenvolvimento do linfoma é muito raro. Contudo, mulheres que desejam realizar a cirurgia, devem estar atentas ao risco.
oglobo

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