Geofísico de Manhuaçu explica fenômeno de tremor de terra em Divinópolis

Geofísico de Manhuaçu explica fenômeno de tremor de terra em Divinópolis

O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) confirmou, nesta quinta-feira (13/1), um novo abalo sísmico registro em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Este é o segundo em menos de 48 horas.

O primeiro foi às 20h13 de terça-feira (11/1). Inicialmente, ele foi registrado pelo monitor da USP com magnitude de 2.9. Na sequência foi corrigido para 3.

Para entender os motivos que causaram os tremores em terras mineiras, o Portal dos Distritos conversou com o Geofísico manhuaçuense Victor Hugo Hott Costa, pesquisador que atualmente desenvolve projetos científicos a nível de mestrado no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o pesquisador, os terremotos são processos naturais do nosso planeta que podem ocorrer em qualquer região do Brasil e do mundo. A Terra é composta por  grandes blocos de rochas, chamados de placas tectônicas que estão “flutuando” na superfície do planeta. Os locais onde as placas tectônicas se encontram movimentam grandes blocos de rochas liberando  enormes quantidades de energia. “São nessas regiões de fronteiras tectônicas que ocorrem a maior parte dos terremotos registrados no mundo”.

Todavia, Minas Gerais não está em nenhuma zona de fronteira tectônica, então por quê os tremores aconteceram em nosso estado? De acordo com o geofísico, as rochas que estão abaixo da superfície da terra comportam-se como corpos com propriedades elásticas que podem acumular deformações ao longo de milhares de anos. “Chega um momento que esse esforço acumulado por tanto tempo excede o limite que a rocha suporta e então ela se rompe. Esse processo, tecnicamente chamamos de fraturamento e falhamento”.

O pesquisador complementa: “ É muito comum ter um tremor principal e depois seguido por diversos tremores de menor intensidade que podem durar por algumas horas ou dias, não sendo possível prever quando haverá um próximo”.  O geofísico ainda diz que um tremor de magnitude 2.9 pode não ser sentido pela maioria das pessoas, mas pode ser registrado pelos sismógrafos, que são equipamentos sensíveis aos movimentos do solo.

O geofísico finaliza incentivando as pessoas que sentiram algum tremor a acessarem o site institucional da USP http://moho.iag.usp.br/ na aba “Sentiu aí?” e darem seus depoimentos sobre o ocorrido. “Assim, nossa equipe de pesquisadores competentes pode utilizar das melhores ferramentas e informações para aprimorar o conhecimento dos tremores em nosso país”.

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