Após seis anos de hiato, Minas pode voltar a produzir soros em 2023; entenda

Famosa pela produção de soros para tratar venenos de animais como serpentes e escorpiões, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) deve voltar a produzir os antídotos ainda neste ano. A expectativa da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais é retomar a produção dos compostos entre outubro e novembro. A fabricação dos insumos está paralisada desde 2017. Agora, a direção da entidade espera uma visita de técnicos do Ministério da Saúde para dar sequência ao processo de reabertura da fábrica de soros.

Nesta quarta-feira (28), o secretário de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, disse que o encontro com emissários do Ministério da Saúde vai servir para validar o processo de produção de soros. Ele esteve na sede da Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte, para prestar contas das atividades da pasta.

“Estamos na fase final de qualificação. (O Ministério da Saúde) dando ok, voltaremos a produzir soros para o Ministério da Saúde distribuir aos municípios. A Funed vai assumir, de volta, o protagonismo na produção de soros”, afirmou, ao ser questionado pela Itatiaia sobre os planos para a Funed.

A fundação deixou de trabalhar em prol dos soros antivenenos por causa da necessidade de cumprir as normas de Boas Práticas de Fabricação. O presidente da autarquia é o ex-deputado estadual Felipe Attiê, indicado ao posto pelo governador Romeu Zema (Novo) com a missão de impulsionar a planta produtiva da entidade.

Soro é legado de Ezequiel Dias

Quando foi fundada, em 1907, a principal premissa da Funed era produzir soros. Quando deixou o Rio de Janeiro rumo a Belo Horizonte a fim de respirar “ar puro” para combater uma tuberculose, Ezequiel Dias se debruçava na busca por antídotos.

Em abril, Attiê chegou a emitir circular interna apontando “falta de produção do complexo industrial” da fundação.

Hoje, o terreno da Funed tem cinco prédios pensados para abrigar fábricas. Apenas um deles, porém, está aberto aos técnicos. Lá, os profissionais produzem a Talidomida, usada no tratamento de portadores de hanseníase. As caixas do medicamento são enviadas ao Ministério da Saúde.

Boa relação com Brasília é trunfo

Tido como um representante da ala técnica do governo Zema, Fábio Bacheretti é o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Segundo ele, o cargo o ajuda a se aproximar “ainda mais” da equipe da ministra Nísia Trindade.

“A relação com o Ministério da Saúde é ótima. Tenho uma relação muito institucional, técnica e construtiva”, garantiu.

Minas Gerais, aliás, tem dois representantes no quadro de funcionários do Ministério da Saúde. Helvécio Magalhães é Secretário Nacional de Atenção Especializada à Saúde e Rodrigo Leite, ex-vice presidente da Funed, é

Os soros da Funed

A Funed está apta a produzir oito soros, que combatem os efeitos do envenenamento por animais como cobras, jararacas e escorpiões.

  • soro antibotrópico (pentavalente): para envenenamento por jararacas (Gênero Bothrops);
  • soro antibotrópico (pentavalente) e anticrotálico: para picadas por jararacas ou cascavéis (Gênero Crotalus);
  • soro antibotrópico (pentavalente) e antilaquético: para envenenamento por surucucu (Gênero Lachesis) e jararacas (Gênero Bothrops);
  • soro anticrotálico para envenenamento por cascavel (Gênero Crotalus);
  • soro antielapídico (bivalente): para envenenamento por corais verdadeiras (Gênero Micrurus);
  • soro antiescorpiônico: para envenenamento por qualquer espécie de escorpião (Gênero Tytius);
  • soro antirrábico: para ferimentos graves provocados pela mordedura de animal suspeito;
  • soro antitetânico: para a neutralização das toxinas secretadas pelo bacilo tetânico (Clostridium tetani).Após seis anos de hiato, Minas pode voltar a produzir soros em 2023; entenda  | Rádio Itatiaia
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