Arcebispo que apoia processo de paz com as Farc é ameaçado na Colômbia

Desconhecidos jogaram panfletos por baixo de sua porta com a frase: ‘Morte às Farc, a [presidente Juan Manuel] Santos e aos clérigos comunistas’.

Munição que pertenceria às Farc apreendida em 16 de dezembro deste ano em Zarzal, no departamento de Valle del Cauca (Foto: AFP)

cebispo da cidade colombiana de Cali, monsenhor Darío de Jesús Monsalve, que apoia o processo de paz com as guerrilhas Farc e ELN, foi ameaçado de morte, revelou neste domingo (18) o prelado.

O monsenhor indicou à imprensa local que desconhecidos foram, no sábado (17), até sua casa, em Cali, e jogaram panfletos por debaixo da porta com a frase: “Morte às Farc, a [presidente Juan Manuel] Santos e aos clérigos comunistas”.

Monsalve participou ativamente do apoio aos diálogos que culminaram em um acordo de paz com a guerrilha das Farc, e se mostrou a favor do pacto no referendo de 2 de outubro, apesar de a Igreja Católica ter mantido uma postura neutra durante a votação.

Recentemente, o arcebispo foi nomeado coordenador da comissão de bispos que acompanha os diálogos com o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista).

“Estamos verificando quem distribui todas estas coisas nas cidades com estas mensagens, porque isso é ouvido no discurso de muitos de nossos políticos, que estigmatizam todos que estão lutando por uma tarefa de paz”, disse Monsalve.

Ele acrescentou que, apesar da ameaça, não se sente intimidado, e apresentará uma denúncia diante da procuradoria para que investiguem a procedência da mensagem.

O negociador-chefe do governo nos diálogos com o ELN, Juan Camilo Restrepo, declarou no Twitter seu “rechaço profundo às ameaças contra Monsalve”, e se solidarizou com o arcebispo.

Depois do fracasso no referendo sobre o acordo com as Farc, negociado durante quatro anos em Havana, o texto foi renegociado e aprovado pelo Congresso em 30 de novembro.

Enquanto isso, as negociações públicas com o ELN, que deveriam ter começado em 27 de outubro, estão em suspenso até que o grupo guerrilheiro liberte o ex-congressista Odín Sánchez.

O conflito armado colombiano, que envolve guerrilhas, grupos paramilitares e agentes estatais, deixou ao menos 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados em mais de meio século de conflito.

g1.globo.com

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