Da mineração para o mel, produtor celebra novo negócio

Ronaldo Oliveira Júnior trocou a carreira de 11 anos na mineração pela criação de abelhas. A transição começou em 2017 e depois de um grave acidente em uma mina subterrânea, a decisão se consolidou. “Quase perdi a minha vida, e naquele momento vi que era a hora de parar”, explicou.

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Morador de Santa Bárbara, conhecida como a cidade do mel, ele conta que escolheu as abelhas pelo encantamento e começou com dois enxames de Apis mellifera. A produção servia para consumo próprio, para família e amigos.

“Sempre gostei da natureza e quando conheci as abelhas me apaixonei pelos processos e pelas possibilidades. Comecei a produção sem estrutura, mas aos poucos passei a investir e elaborei um planejamento estratégico para o negócio em 2019”.

Foi nesta etapa, seis meses depois de iniciar os trabalhos de maneira profissional, que o Sistema Faemg Senar passou a fazer parte do cotidiano do apicultor. Ronaldo, que é o primeiro da família a trabalhar no meio rural, encontrou na instituição e no Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Bárbara importantes aliados.

Em um evento promovido pelo Sindicato, ele conheceu o programa de melhoramento genético de abelhas rainhas e o Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG Apicultura. A aproximação foi essencial para a continuidade do seu novo negócio, o Flor de Mel Apiário e Meliponiário.

“O Sistema Faemg Senar foi maravilhoso nessa virada de chave. Há um ano o ATeG me ajuda na produção em campo, na gestão do negócio e até na precificação de produtos e estruturação da marca. Antes, por exemplo, eu vendia os produtos sem rótulo”, pontuou.

Além do acompanhamento do técnico de campo José Wilson Bispo, Ronaldo já fez cursos de formação profissional rural e se prepara para participar do próximo sobre produção de própolis.

Ronaldo afirma que também aproveita outras oportunidades oferecidas pelo Sistema Faemg Senar, e em 2023 participou da Feira Aproxima e do Empório do Sistema na Expo Cachaça. “Foram espaços incríveis de divulgação dos produtos e de vendas. Com os resultados das vendas na Expo Cachaça eu consegui melhorar a estrutura da minha casa de mel e comprar filtros de excelente qualidade”, contou satisfeito.

ATeG

O técnico de campo José Wilson Bispo ressalta que Ronaldo Júnior é um produtor dedicado e com o ATeG Apicultura tem se “motivado para a produção e para construção da marca”. José Wilson reforça que as visitas garantem a melhoria das experiências práticas e da técnica de todos os produtores.

“O Programa possibilita evolução, crescimento, incentivo e prospecção de ideias”. O Ronaldo é um exemplo de que o alinhamento dos objetivos e confiança no nosso trabalho juntos têm consequências vistas no resultado positivo do trabalho”.

A presidente do SPR de Santa Bárbara, Hercília Sanches, contou que Ronaldo Junior, foi um dos primeiros a se encantar e a querer participar do Programa do ATeG Apicultura, oferecido pela instituição. Ela celebra os avanços do produtor obtidos com o apoio do Sindicato e do Sistema Faemg Senar. “Ele vem se destacando nas atividades e nas feiras com garra e determinação”.

Ela ainda lembrou que as capacitações e o ATeG “estão permitindo uma troca de saberes, sabores e promovendo, com certeza, sua autonomia profissional”. A presidente disse ainda que espera que o produtor “seja exemplo para os demais participantes”.

Meliponicultura e Apicultura

O produtor cria abelhas sem ferrão, em casa, e recebe visitantes para falar mais sobre a meliponicultura, que, segundo ele, “é um universo pouco conhecido”. O momento, chamado de ‘Café com mel’, também é usado para apresentar os produtos da sua empresa, e passará a fazer parte de uma das rotas turísticas da cidade, por meio de parceria com a secretaria de cultura local.

Já o trabalho com as Apis mellifera, conhecidas pela intensa fabricação de mel, e as mais comumente usadas para a criação com objetivo de produção comercial, acontece em campo. A maior parte da produção de Ronaldo vem da apicultura, também responsável pela maioria das vendas.

Ele destaca que o seu produto é diferenciado, pois investe na qualidade. “Além da decantação, que é o processo utilizado nos entrepostos aqui da região, eu filtro o meu meu. Assim ele fica mais bonito, mais claro”, explicou.

Mercado

Os produtos são comercializados em feiras em Santa Bárbara, Belo Horizonte, Mariana, em empórios, e pelo Instagram. O mel silvestre (produzido pelas apis melliferas) é vendido a R$40 o quilo. Já os méis de abelhas nativas do Brasil tem alto valor agregado e são vendidos em embalagens de 240ml que custam de R$80 a R$150.

Própolis, creme de mel, favos, colmeias de abelhas sem ferrão e artesanatos também fazem parte do portfólio da Flor de Mel. Ronaldo Júnior afirma que os planos para o futuro incluem a consolidação da empresa e mentorias para auxiliar outros apicultores e meliponicultores.

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