Facção Los Lobos reivindica morte de Villavicencio no Equador

Uma das maiores facções criminosas do Equador, Los Lobos, assumiu a responsabilidade pelo ataque que matou o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio. Segundo o portal La Razón, o grupo divulgou um vídeo nas redes sociais assumindo a autoria do crime.

“Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados”, disse um dos homens encapuzados.

O grupo ainda ameaçou outros políticos do país. “Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo”, afirmou.

As autoridades equatorianas ainda não confirmam oficialmente o atentado à facção criminosa. Villavicencio condenava as facções criminosas no Equador. Em diversos discursos pelo país afirmava que, se eleito, faria ações de repressão.

Estado de Emergência

O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, decretou na noite dessa quarta-feira (9), estado de emergência no país durante 60 dias, após o assassinato de Villavicencio. Foram ainda decretados três dias de luto nacional.

“Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e suas filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro-lhes que este crime não ficará impune”, afirmou o presidente do Equador.

Crise no Equador

O atentado é o estopim de uma crise política que perdura no Equador há anos. Em maio, o atual presidente Guillermo Lasso dissolveu a assembleia nacional convocando novas eleições.

O ato, conhecido como ‘morte cruzada’, é previsto na constituição do país, e permite que o presidente governe por seis meses por decreto até a convocação de novas eleições.

Lasso sofria um processo de impeachment e ainda com a baixa popularidade. Ele está no poder desde 2021 é acusado de peculato na gestão da estatal de navegação do Equador.

As eleições no equador deveriam acontecer somente em 2025, quando terminaria o mandato de Guillermo Lasso, atual presidente que sofre uma série de pressões. Mas as eleições foram antecipadas para o próximo 20 de agosto.

O candidato assassinado, Fernando Villavicencio, do partido de centro ‘Movimiento Construye’ figurava nas pesquisas de intenção de voto em segundo lugar, atrás de Luísa Gonzalez, do ‘Movimiento Revolución Ciudadana’ – partido de esquerda do ex-presidente Rafael Corrêa, que governou o Equador entre 2007 e 2017.

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