Pílula do dia seguinte é mais eficaz com anti-inflamatório, diz estudo

pílula do dia seguinte, também conhecida como anticoncepcional de emergência, é um método utilizado para evitar a gravidez indesejada. Em geral, ela é usada apenas em casos de emergência depois de uma relação sexual desprotegida.

Segundo estudo publicado na revista Lancet na última quarta-feira (16/8), a pílula do dia seguinte pode ter maior eficácia contra a gravidez quando o uso é associado a doses de piroxicam, um anti-inflamatório.

A pesquisa, realizada em Hong Kong, na China, constatou que a combinação da pílula com o anti-inflamatório pode chegar à eficácia de 99,8% para evitar uma gravidez indesejada.

“Nosso estudo é o primeiro a sugerir que o piroxicam, um anti-inflamatório seguro e acessível, tomado junto ao levonorgestrel, a pílula do dia seguinte, pode prevenir a gravidez com maior eficácia do que o anticoncepcional por si só. Esperamos que os resultados abram caminho para outros avanços que possibilitem métodos contraceptivos emergenciais com maior êxito para mulheres de todo o mundo”, aponta o estudo.

A equipe de pesquisadores acompanhou, entre 2018 e 2022, dois grupos de mulheres, cada um com 418 participantes. As 860 voluntárias são de uma amostra aleatória de pessoas que solicitaram a pílula do dia seguinte em um centro médico.

Pílula do dia seguinte foi testada com placebo

O primeiro grupo tomou a anticoncepção de emergência associada ao anti-inflamatório. Apenas uma das mulheres ficou grávida no período de pesquisa e o estudo apontou 99,8% de eficácia da combinação.

O segundo time recebeu a pílula do dia seguinte associada a um comprimido placebo do anti-inflamatório. Sete das mulheres engravidaram durante o período da pesquisa, o que se traduziu em uma eficácia de 98,3%.

Os pesquisadores, porém, não souberam explicar como as duas medicações se relacionam, e não foi explicitada a frequência com a qual as mulheres tinham relações sexuais.

Ponderações

A nível de comparação, o estudo chinês cita outra pesquisa, de 1988, que testava apenas o grau de eficácia do levonorgestrel, que atingiu 95% de prevenção à gravidez quando tomado até 24 horas depois da relação sexual.

O atual estudo fez ainda considerações e comparações sobre eventuais efeitos colaterais, como menstruação atrasada, tontura, fadiga, dor de cabeça, náuseas e vômitos. A combinação do anti-inflamatório com a anticoncepção de emergência apresentou menores eventos adversos do que a pílula por si só.

“Sobretudo, esse estudo sugere que qualquer administração da pílula do dia seguinte deveria levar em consideração a combinação com o piroxicam para maior eficácia e menos efeitos colaterais. Porém, os resultados podem não ser os mesmo para todas pacientes, já que as mulheres analisadas são de perfil asiático com peso corporal menor do que 70 quilos”, pondera o estudo.

Os riscos da pílula do dia seguinte: precisamos de uma 'cultura do  preservativo' | CEMEP

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