Apesar de passado controverso, João Magalhães será o novo líder do governo Zema na Assembléia de Minas

Indicação é vista por antigos aliados de Zema como uma aproximação cada vez maior da”velha política” mineira

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) presenciou uma decisão que pode sinalizar uma mudança significativa na política do estado. João Magalhães (MDB) foi escolhido como o novo líder do governo Romeu Zema (Novo) na ALMG, uma decisão que foi tomada após um recesso parlamentar dedicado a aparar arestas com deputados da base.

A ausência do presidente Tadeu Martins Leite (MDB), conhecido como Tadeuzinho, não impediu a decisão. A indicação de Magalhães deve ser encaminhada à Casa nos próximos dias, aguardando a leitura em plenário pela Mesa Diretora para oficialização. O convite a Magalhães foi feito e aceito em 2 de agosto. Ele substituirá o secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN), que já comunicou a decisão às outras lideranças do Palácio Tiradentes na ALMG.

Magalhães enfrentará o desafio de superar a resistência de parte da base do governo. Alguns deputados defenderam a indicação de um líder “100% alinhado” ao governo, algo que, segundo eles, não seria o caso de Magalhães. O voto favorável de Magalhães à emenda para autorizar o governo a dar uma recomposição inflacionária às forças de segurança pública é um dos episódios lembrados. Ele também assinou outra emenda, mas votou contra em plenário

A indicação de Magalhães é vista com receio por alguns, pois fortalece o MDB, dando fôlego ao partido para as eleições de 2026. Por outro lado, a proximidade de Magalhães a Tadeuzinho teria sido um critério considerado por Valadares para a indicação. O novo líder é próximo ao presidente, que o chama de “padrinho”. Ele também é bem recebido pelo bloco de oposição a Zema, com quem tem bom trânsito.

A escolha de Magalhães como líder do governo na ALMG é uma decisão multifacetada. Enquanto enfrenta resistência de parte da base, não houve coesão em torno de outro nome. A falta de afinidade com a oposição pesou contra outros candidatos.

O que torna esta decisão particularmente notável é que ela pode ser vista como um sinal de que o governo Zema está se aproximando cada vez mais da velha política, abandonando os valores que norteiam o seu partido, o NOVO. A nomeação de Magalhães, um político associado a práticas tradicionais, contrasta com a imagem de renovação e mudança que o partido NOVO tem procurado projetar.

Passado controverso

João Magalhães, que já ocupou o cargo de deputado federal por Minas Gerais não é um estranho à controvérsias, tendo se envolvido em inúmeros casos de corrupção na ocasião. Em 2013, ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República na Operação João de Barro. Embora os detalhes da denúncia não estejam claros neste momento, o caso ressalta o histórico legal complexo do deputado.

Em outra ocasião, Magalhães foi preso na Operação Capitu da Polícia Federal. A operação, que investigou uma série de crimes, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça, colocou o deputado sob os holofotes da mídia nacional.

Além disso, Magalhães foi condenado a perder o mandato por cobrar propina a prefeitos. Todos estes casos, que chocaram muitos em Minas Gerais, não impediu sua ascensão na política estadual.João Magalhães será o novo líder do governo Zema na Assembleia de Minas |  Rádio Itatiaia

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